Thursday, June 01, 2006

O que acontece quando três doidos se juntam para fazer a rodagem a uma Vespa?

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Pois é, a minha Vespa estava pronta, com o motor 200, e era preciso fazer a rodagem, porque o EuroVespa está aí!
Alguém quer ir comigo?
Dois dias antes, apenas o Pedro Estevão tinha confirmado:
-Vamos embora que o que eu gramo é andar de Vespa!- disse ele.
Na véspera da partida o PP telefona-me e diz:
-Também quero ir! Eu gosto é de fazer kilómetros na Vespa.

-Então bora! -digo eu- às 08:45 antes do tabuleiro da ponte onde costuma estar a GNR!

Com os atrasos necessários (devido a um pneu de Rally com um bocadinho menos de ar que seria necessário para uma correcta progressão no asfalto) chegámos à estação de serviço do Fogueteiro.

De mapa aberto em cima de uma Vespa começa....
"Vamos para sul?" pergunto eu.
"Tu é que sabes" respondem os dois...em coro.
"Mas digam lá para onde querem ir?" pergunto novamente.
"Ah náo sei. Tu é que sabes" responde o coro.
Tou feito, a responsabilidade da escolha...alguns de vocês sabem o peso que isso tem para mim..."OK, Sul e pelo litoral, pode ser?"
"É pá tu é que sabes" responde o coro.
"Vamos então!"

Eram 10 horas e estávamos a arrancar da estação de serviço do Fogueteiro devidamente atestados e sem saber para onde ir.

Uma Rally 200, uma PX 200 e uma P125X com motor 200.

Assim que pudémos saímos da autoestrada e lá fomos rumo a Setúbal. Pelo caminho fui-me lembrando da prova do do litro.
Chegámos a Setúbal com o ferry mesmo a partir! Que sorte! E lá estávamos a navegar sobre as águas do Sado.

O dia estava mesmo porreiro e sem dar por isso Tróia! Toca de pôr as Vespas a trabalhar e aqui vamos nós!
Devido à rodagem íamos a 80km/h certinhos, e lá fomos andando, a disfrutar a paisagem, a travar conhecimento com os milhares de mosquitos que ao ver as três Vespas a passar faziam questão em nos vir cumprimentar e meter conversa.
Fomos andando, Porto Covo (com umas praias e uma água espectacular que só apetecia era mergulhar..), Milfontes e eram 12:30 e estávamos nós a pôr gasolina em Aljezur. O PP disse:
- E que tal Almoço em Lagos?
- E porque não? - respondemos, e lá vamos nós.

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Pouco depois em Baiona, a mota do PP que já só vinha a dar 80 manda uns raters e decide parar. Encostámo-nos à beira da estrada à procura de uma sombra (sim que 12:45 em pleno alentejo em fins de Maio já começa a doer), e começámos a tentar resolver o problema.
O PP suspeitava que deviam ser os fios que ligam ao electrónico da Rally. Tentámos ver um fio partido, nada.
Telefonámos ao Zé João para ele nos dar uma dica e ele confirmou que deviam ser os fios... nada, de repente um fio sem dúvida mais atento decide obedecer às recomendações do Zé João e parte-se nas mãos do PP. Obediente, hem?
Fixe! Ao menos já se sabe do que é.
O PP e o Estevão lá remediaram a situação (sim, que eu mandava as minhas bocas e eles não ligavam nada, mas ainda bem porque a solução deles funcionou na perfeição).
Assim que a Rally começou a roncar, lá fomos nós.
Lagos, 14:30! Já cá estamos!
Onde vamos? E começa a rambóia...
- É pá não sei onde vocês quiserem - digo eu,
- Por mim qualquer sítio dá - diz o Estevão,
- Por mim também - diz o PP
E lá nos íamos arrastando por Lagos. Por fim o PP diz:
- Que tal um sítio tipo praia ou isso? - e lá fomos para um restaurante na praia.
Saladinha de polvo, enguias de escabeche, linguadinho, salmonete e já está! Moleza.... Ficámos um bocadinho a ver as "Cámones" que iam e vinham da praia e por volta das cinco saímos do restaurante.
Eu queria comprar D. Rodrigos para trazer, o PP queria comprar fita de electricista para segurar o fio que se partiu e lá fomos num passeio a pé à procura destas duas coisas.
Nestas voltas encontro uma amiga minha, que, assim que sabe que tenho uma Vespa, me diz,
- Calha mesmo bem. Que quero uma para ir para o hospital - (ela é médica). Ingénuamente pergunto-lhe:
- Uma acelera?- E ela
- Qual quê! Uma Vespa! Decidi à um mês! Não conhecia nem lojas nem ninguém que tivesse uma, tou com sorte em te ter encontrado. Por isso vais-me tratar disso!
Bom, eu começo-lhe a explicar que isto está difícil, que as vespas antigas (as de dois bancos :-)) estão caras:
- E que tal uma mais recente?
- Não - diz ela - essas novas não!
- Uma PX nova é fixe, bora ver as nossas para escolheres! - E lá fomos para ao pé das nossas Vespas.
Depois de cinco minutos de euforia.
- Quero esta, quero aquela, não aquela é mais gira, não é a outra!
Lá lhe digo que uma PX é uma boa opção, é mais moderna trava melhor (este discurso é-te familiar Vigoço?). Mas olha que é preciso carta!,
- É num instantinho - diz-me ela.
- Queres experimentar? - pergunto.
- Posso? diz ela
- Claro. Ora senta-te lá e tira o descanso e.... é pá não chegas ao chão?... Experimenta a PX do Estevão... também não?....Bolas! E a Rally?... Está melhor, mas mesmo assim.... que chatice."
Coitada. Ela bem dizia que era dos chinelos, e do sal que agarrava as calças...mas não, a vespa era grandita, e para quem nunca andou de mota é complicado andar assim com uma mota grande, pensava eu preocupado e a ver o desânimo na cara dela... de repente passa uma PK e eu digo
- Que tal começar com uma 50 como aquela? - e eis senão quando tivemos novamente um sorriso na cara dela,
- Sim, pode ser!
- E nem é preciso carta! - digo eu
- Ai não? Posso logo começar a andar? Boa! quando é que me arranjas uma? Para a semana?"
Bom, com isto lá nos despedimos, e agora estou incumbido de arranjar uma Pk ou uma FL2 para a Drª! Se alguém quiser
ajudar-me nesta demanda agradeço...

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- Vamos a Sagres?
- Bora! - e lá fomos.

Lá para as 19:00 partimos com Dons Rodrigos, Fita de electricista e a incumbência de arranjar uma 50...eu sei que já disse, mas se alguém me quiser ajudar nesta demanda...
Passámos por Vila do Bispo e chegámos a Sagres.
É engraçado a quantidade de malta que foi aparecendo para ver o pôr do sol.
Ficámos lá um bocado a ver as vistas e partimos por volta das 20:30. Fomos a apreciar o pôr do Sol na estrada para Aljezur, e por volta das 22:00 estávamos prontos para jantar em Odemira. Chegámos a um restaurante que estava fechado, o dono viu-nos e perguntou-nos o que queríamos.
- Comer! - respondemos.
Depois de saber para onde íamos, perguntou à Sra. Graça se ainda dava para dar de comer aos rapazes.
- Então não dá! - responde ela - Íamos lá deixar os moços ir sem comer! Entrem lá!
- Ainda temos carne assada, Feijoada....
- Feijoada! respondemos em coro.
- Sim pode ser - diz a Dª Graça - ainda têm tempo de fazer a digestão até Lisboa, mas olhem que a feijoada é à nossa moda.
- É boa de certeza!- dizemos nós- Venha ela!

E era! Bem boa!
Comemos, agradecemos e partimos, que tínhamos de estar às 00:30 em Tróia para o último barco.
Nesta altura a minha Vespa já vinha a 90, 95. Continuámos na companhia dos mosquitos (já vos falei deles não já? Devem ter falado com os primos do litoral e insistiam em vir cumprimentar-nos.) por uma estrada de montanha até Sines (que diversão!) e à 01:00 estávamos em Tróia! O próximo barco era só à 1:30.
Às 2:00 estávamos em Setúbal, apesar de cansados estávamos todos com um misto de alegria pelo dia bem passado e de tristeza por o passeio estar a acabar.
Despedimo-nos do Estevão no Fogueteiro, despedi-me do PP em Alcântara e eram três da manhã estava a aterrar na cama com a sensação de dever cumprido! Sim que a rodagem estava feita! :-)
Resta-me agradecer ao Pedro Estevão e ao PP pela companhia e fica a promessa de, agora que o Sol está aí, se fazerem mais passeios destes!

Um Abraço a todo o gang!

Pedro F.