Tuesday, July 17, 2007

Sou um soulboy!



Desculpem qualquer coisinha, mas hoje vamos falar de soul mais uma vez. O.K. admito que sou um soulboy.
Olhando para trás na minha infãncia, lá em casa, a minha mãe ouvia muito blues e soul. Conhecia de trás para a frente o "(Sittin' on) Dock of Bay" do Otis Redding e aos 8 anos já assobiava o refrão na perfeição. Também por lá havia umas compilações da Motown que faziam a festa. Mas não era só soul, também passava pelo gira-discos da sala, muita música brasileira Elis Regina, Caetano Veloso, um disco de rumba cubana trazido por um amigo recém chegado da ilha de Fidel, deslumbrado pela herança da revolução e pelo calor cubano. Ou embeicado por alguma cubana atrevida?
Confesso que achava secante aquelas sessões de Joan Baez ou dos Moody Blues, outros que me enchiam a sala de tédio eram os Genesis. Aliás sempre detestei alguma coisa que tivesse ligada ao progressivo. Ainda dura esse sentimento. Mais tudo isto para falar da soul. Cedo descobri que sou o que os ingleses apelidam de soulboy. Um rapaz da soul.
A música que ouves na infãncia, tem uma repercurssão primordial para o resto da nossa vida. É um facto.
Atenção futuros progenitores. É deveras importante também um educação musical desde pequenino.
E essa cultura/educação também começa lá em casa.
Voltando a velha companheira, a soul.
O nosso companheiro de estrada, Pedro "42" Ferreira, enviou-me este video dos Moloko, deslumbrado com a dança com os passos de dança fantasiosos. Os Moloko cessaram actividades, para quem não anda atento a estas coisas. Sim, é verdade. Foram uma banda pop muito interessante. Com qualidade, coisa rara na pop actual. Sincera, outra coisa que escasseia por ai. Divertida. Lembro-me num concerto do Sudoeste, Roisin entrou literalmente dentro do bombo da bateria, ficando alguns minutos apenas com as pernas de fora. No palco também eram uma festa. Neste video do tema "Familiar Feelings" (retirado do álbum Statues, 2003) quiseram prestar uma singela homenagem ao northern soul, as saídas á noite para dançar/conviver/namorar, enfim a celebração de estarmos vivos. Relembro a todos que o movimento northern soul, teve o seu auge em Wigan no Norte de Inglaterra, mas depressa espalhou-se por outras cidades. Estavamos nos anos 70, Bruce Lee dominava as salas de cinema, na pista de dança, jovens imitavam o seus herois, os códigos de vestuário era o casual no seu início, marcas como a Adidas era um must, pois vestiam as principais equipas de futebol. George Best, o Beckam de então, ditava a moda. Tal como hoje, as tranças do leãozinho Miguel Veloso e quando festeja dá passos de kizomba ou kuduro dos Buraka Som Sistema. Ver documentário a seguir e perceber as ligações da música/moda com a cultura do futebol.
Voltando a dança, sabiam que foi numa pista de dança que Roisin Murphy e Mark Brydon se conheceram? Ele olhou para ela, um pouco timido até... Mas ela, "á queima roupa" atirou primeiro; "Do you like my tight sweater?". A resposta sairia uns dois anos depois, com o mesmo título no álbum de estreia dos...Moloko! Blue eyed soul, pop inteligente, divertida e sofisticada e muito dançavel. Eis uma combinação do sucesso.

Mais documentários sobre música soul e a sua importante influência social na Grã-Bretanha. As grandes nações fazem assim. Multiculturais...e mais não digo. Todos diferentes, todos iguais.