Mark Ronson nasceu em Inglaterra e desde muito cedo se viu rodeado de música. Aos 8 anos mudou-se para os Nova Iorque com a sua mãe, que entretanto se viu casada com o guitarrista dos Foreigner. O seu primeiro disco Here Comes the Fuzz de 2003, foi elogiado pela crítica musical mas teve vendas insignificantes. Uma produção sua para Nikka Costa despertou a atenção da editora Elektra que assinou logo com o chamado menino prodígio. A sua cultura musical, bebida directamente do hip-hop, rock e soul norte-americano é uma das suas maiores influências. De lá para cá, tem-se dedicado ao djing e a produzir músicas para outros artistas como Robbie Williams, Lily Allen e Amy Winehouse entre outros. É dele, o tal toque de Midas nos temas mais populares destas novas meninas feitas rainhas a pressa da pop. Não é por acaso que Version, o seu segundo disco, editado em Abril deste ano, tem-se destacado com excelentes criticas. O disco, tal como o nome indica, trata de versões de outros artistas como os Coldplay, Britney Spears, The Smiths, Maximo Park, Ryan Adams, Kaiser Chiefs, The Jam, The Zuttons, Kasabian. Ok, esqueçam desde já estas referências. E façam como eu, de peito aberto e ouvidos atentos, ouçam um exercício pop excelente.
Confesso que fiquei agradavelmente surpreendido com esta brincadeira. Não se encontra disto na pop actual, quase toda cheia de artificios laboratoriais com efeito rápido para vender e deitar fora. Em Version, Mark Ronson convida vocalistas como Lily Allen e Amy Winehouse ou mesmo Daniel Marriwheather que em "Stop Me If You Think You've Heard This One Before” dá uma volta de 360º ao original dos The Smiths e torna o tema quase num novo hino festivaleiro, e um dos refrões mais fortes da pop deste ano. Ou mesmo a versão instrumental de “Just” dos Radiohead, a respirar funk por todos os poros. Foleirada e falta de vergonha na cara, dirão os fãs da banda de Thom Yorke, cheios de sono e com as suas laminas aguçadas e prontas para a depressão e aquele suicídio lento. Mais fadista que o nosso fado. Nunca um tema dos Radiohead, se aconchegou aos meus ouvidos tão cheio de groove, colorido e até acolhedor. Mas isto sou a eu a dizer, que sou um pouco mouco e duro de ouvido, como diria o meu amigo Pedro Gonçalves. Version tem mais algumas pérolas lá dentro. Soul e mais soul actual e respeitosa aos pergaminhos do ritmo e do groove dos anos 60, como é o o caso de “Valerie” com uma Amy Winehouse endiabrada e escandalosamente pop e ainda uma versão gazeada dos The Charlatans, como se os rapazes tivessem saído da lampada do Aladino, depois de terem estado em convivência com os Booker T & The MG's. Mark Ronson, pode não ser o salvador da pop actual, ou pode se tornar o Phil Spector de uma nova geração. Mas uma coisa é certa, já conseguiu conquistar o seu lugar ao sol. A ver vamos o que se segue. Por enquanto Versions é um bom manual de como fazer pop eficaz, divertida e muito dançavel.
myspace dele aqui
Monday, November 05, 2007
Mark Ronson - a versao dele contra a nossa...
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